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sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Mononucleose Infecciosa

Por Prof. Caetano Baptista Neto


A Mononucleose Infecciosa, também conhecida por “Doença do Beijo”, é uma afecção de origem viral, Epstein-Barr Vírus (EBV). É uma doença sistêmica com envolvimento bucal em cerca de 30% dos casos.
O contágio se dá pelo contato íntimo, como o ato sexual, beijo – motivo do nome vulgar da doença – saliva, principalmente em crianças que levam objetos à boca, disseminação familiar, entre outras formas. Uma vez exposto ao vírus EBV, o indivíduo permanece infectado por toda sua vida.
 A Mononucleose Infecciosa pode acometer a pessoa basicamente sob duas formas, sintomática e assintomática. Esta última aborda, com maior freqüência, a faixa etária infantil. Há a presença do vírus no corpo da criança, mas não há evidências clínicas da patologia.
 Já na forma sintomática, os jovens adultos são os mais envolvidos com presença de sinais e sintomas. Estudantes universitários possuem altos índices de contaminação pelo vírus. Quando o contato com o vírus ocorre tardiamente, ou seja, na juventude, a chance de desenvolver sintomatologia é cerca de 30 a 50%.
O EBV, além de ser encontrado na Mononucleose Infecciosa também está presente em: leucoplasias pilosas (placas esbranquiçadas), alteração comum em pacientes com AIDS; alguns tipos de linfomas e outros cânceres. Não há uma comprovação científica que o EBV cause patologias malignas, mas alguns relatos factuais foram estabelecidos, necessitando de diagnóstico precoce, acompanhamento e conduta adequada para as doenças do tipo de vírus em questão.

Ø  Características clínicas
Em casos sintomáticos, as manifestações clínicas sistêmicas e bucais mais comuns são:
§ Estado gripal: febre / mal-estar / fraqueza muscular / cefaléia (dor de cabeça).
§ Amigdalite: aumento de volume acompanhado de dor e secreção purulenta, algumas vezes.
§ Linfadenopatia (gânglios linfáticos cervicais, especialmente, aumentados e doloridos).
§ Tosse / Rinite
§ Hepatoesplenomegalia (aumento do volume do fígado e baço).
§ Petéquias: pequenas manchas múltiplas avermelhadas localizadas em palato (céu da boca).
§ GUNA (Gengivite Ulcerativa Necrosante Aguda): lesão gengival exacerbada, em caso de resistência ao tratamento convencional, pesquisar a possibilidade de EBV.
§ Úlceras em mucosa buca: lesões semelhantes às aftas.
§ Sangramento gengival: presente mesmo quando não há fatores irritativos (placa bacteriana e/ou cálculo dental – tártaro).

O diagnóstico é realizado através do exame clínico e exames laboratoriais. Na contagem diferencial de Leucócitos (glóbulos brancos), encontram-se aumentados os Linfócitos. A pesquisa de anticorpos para o EBV é requisitada.

O tratamento é diversificado, podendo ser: Suporte, ou seja, alimentação adequada, repouso, hidratação e suplementação vitamínica; tratamento Expectante, o qual se aguarda a regressão da doença espontaneamente entre 4 a seis semanas; e,ainda, a terapia Sintomática, a qual é tratada a sintomatologia do paciente, como analgésicos, antipiréticos, antivirais, antiinflamatórios, corticóides, entre outros. A cura efetiva com a erradicação do vírus ainda é uma barreira a ser derrubada.

Artigo Publicado no Jornal Primeira Página, 2002.

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